Este ano andei de montanha russa. Os altos foram tão altos que foram capazes de causar vertigens e danos. Os baixos fizeram me perder para que pudesse me encontrar. Tentei ir embora sem querer voltar. Mas aprendi a pensar antes de agir.
Houve a fase da euforia, da alegria desmedida, dos impulsos arrebatadores. Decisões tomadas pelo calor da emoção. Relacionamento fugaz e intempestivo capaz de causar cicatrizes e traumas. Sair de casa para fugir do mundo, dos problemas e do caos que existia apenas na minha cabeça. Gastos em excesso, a vida parecia apenas tecida do aqui e do agora. Sem muito planejamento, apenas guiado pelos instintos mais primitivos e selvagens. Nesta época era impossível refletir, o que guiava eram os prazeres momentâneos.
Só que houve as tempestades. E com elas chorei oceanos, mas aprendi a não me afogar. Houve escuridões capazes de causar medo e ansiedade. A angústia se fez presente e a sensação de ter um nó no peito. O mundo foi colorido por tons acinzentados e foram assim longos dois meses de pura depressão. Só que com ela veio à reflexão, o aceitar da condição que me encontrava. Foi preciso embarcar de cabeça nas trevas para poder enxergar novamente a luz. Período que levou ao afastamento do mundo por algum tempo. Era necessária uma pausa para poder recomeçar.
Houve coisas boas neste ano de altos e baixos. Morar sozinha rumo à independência. Adquirir educação financeira. Adotar dois bichanos. Continuar lutando mesmo com a maré contrária. Persistir nos sonhos mesmo diante das trevas. Saber que o diagnóstico não me define e sim a minha capacidade de continuar lutando. Sempre dando um jeito, às vezes desastrado, mas sempre tecido por amor. Me tornar mais dona de mim é um objetivo a ser conquistado todos os dias.
Saber que haverá altos e baixos. Haverá trevas, mas também dias ensolarados. Nem sempre será fácil ou simples, mas enquanto houver pessoas ao redor capazes de fornecer lar e apoio a estrada se torna menos densa e penosa.
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