Crônica: Trem para as Estrelas




  A vida é um sopro. Vida louca,  vida breve. Ela é dura, suave, terna ou áspera dependendo da perspectiva que vivenciamos. Mas, ela passa rápido e quando nos damos conta, passou.

  A vida é real e de viés. Ela costura momentos, provoca decisões e espera por respostas.  Quando nos damos conta o tempo passou e o que restou? A amizade  incondicional, o amor sem medidas, as risadas genuínas, o toque que afaga, as palavras que consolam. O que permanece na memória não são as coisas adquiridas, os bens possuídos ou o que colecionamos ao longo da vida. O que resta são os sentimentos puros e verdadeiros, a voz que vem do coração, o afeto açucarado e a gentileza nos gestos. O  que restar é amor, que este possa transbordar e que recheie todos os momentos até o final.

   As amizades são tecidas por laços estes podem ser tecidos por sangue, afinidade ou simplesmente por querer gostar do outro.  Elas são o combustível para que os dias passem de forma mais amena, durante as tempestades sempre bom ter alguém com quem pegar na mão. Amigos são uma forma preciosa de se tocar a eternidade. Deixam a vida mais doce, branda e alegre. No final o que a gente vai lembrar é que ao lado dos nossos amigos nos sentimos em casa. Como se não precisássemos ir a nenhum outro lugar a não ser estar dentro de um abraço. Quando um amigo parte restam as lembranças das risadas ridas juntas, o afeto estendido, os momentos compartilhados e toda infinidade de sentimentos compartilhados. Por mais que alguém parta, ficará sempre um pouco do outro ali e vice versa.

  Hoje você partiu. Foi morar no trem das estrelas. Reencontrar as pessoas queridas das quais sentia tanta falta. A sua alma agora pode repousar tranquila junto com Deus. Sentirei falta da sua amizade, da sua risada, da forma como percebia o mundo e sentirei falta com certeza do carinho que sentia por mim. Talvez tenha sido uma das pessoas mais importantes que leu os meu livro e me apoiava. Sentirei sua falta, mas a amizade sempre vai restar longe ou perto.

Crônica: O Trem






  
  Pegando a inspiração da música Trem das Sete de Raul Seixas, surgiu a inspiração  para a crônica.

O Trem


  Lá vem a vida surgindo por detrás da montanha.  Vem trazendo lembranças, memórias e nostalgias. Também vem trazendo nuvens de tempestade. Ela atravessa muitas vezes como um trem desgovernado.


  Por detrás de cada sorriso sorrindo há uma história. Batalhas, lutas silenciosas, momentos coloridos e também acinzentados. Mas para embarcar não precisa  passagem e nem trazer bagagem, precisa apenas de um pouco de afeto e empatia.

  Para poder esbarrar no trem alheio é preciso gentileza, ternura e compaixão.  Quem vai chorar? Quem vai sorrir? Há sempre um trem chegando à estação. Sempre tem uma história esperando para ser escutada. Uma alma ansiando por ser tocada com gentileza.

  Enquanto a vida vai costurando e tecendo novos coloridos. O céu não é o mesmo que a gente conheceu. Tudo muda o tempo  todo. A gente muda com a vida. A vida vai mudando com a gente. Vamos esbarrando em alguns trens. Com alguns vamos formando locomotivas. Muitas vezes tudo vira do avesso e de repente se torna o lado certo.

  É preciso prestar atenção nos sinais.  Deus pode estar brincando de arquiteto. Traçando novos destinos para o nosso trem que é tecido de tudo aquilo que vivemos, sentimos e pensamos.  É preciso cuidar dos trens alheios a fim de tratar com respeito a bagagem que cada um carrega.

  E lá vem a vida atravessando. Invertendo certezas, costurando novos significados a fim de que sempre possamos nos sentir provocados a recomeçar.

Crônica: As Fases da Lua


A vida é como as fases da lua. Durante um episódio e outro vamos mudando de etapa a fim de recomeçar. Mas todas as fases da lua são importantes.

Precisamos da fase minguante. Um período mais para baixo e reflexivo. As vezes decorrem períodos mais tristes, nublados e acinzentados, mas que geram reflexão. São nestes períodos que é necessário pensar a respeito das nossas atitudes a fim de retirarmos lições.

A fase crescente é quando já nos damos conta das nossas ações e atitudes. Estamos efetivamente preparados para adquirir as ferramentas necessárias que impulsionarão as mudanças propriamente ditas. Aqui nós buscamos recursos e ferramentas que ajudarão no processo da mudança.

Na fase nova estamos já abastecidos de recursos para mudar. Aqui se inicia o processo da mudança. Colocar em cena o que aprendemos, o que mudamos e o que estamos dispostos a melhorar. Nesta etapa vamos desfilar nossos aprendizados a fim de verdadeiramente gerar mudanças. Aqui é uma oportunidade para mostrarmos o que de novo aprendemos pelo caminho.

Chegou a fase da cheia. Aqui  se encontra a plenitude e a serenidade. As coisas que gostaríamos de realizar estão sendo executadas. Como se tudo estivesse organizado. Mas temos que ter a consciência que devido as coisas que vão atravessando o nosso caminho podem nos levar a voltar para as outras fases de novo. Isso não quer dizer que estamos retrocedendo, mas sim estamos incorporando novos aprendizados. Ou seja, por mais que atingimos a fase cheia pode ser que a vida nos jogue de novo na fase minguante. Ou seja, devemos ter a consciência que sempre estaremos passando por alguma fase. Pode ser que estaremos passando por uma fase cheia em algum aspecto e estaremos ao mesmo tempo vivenciando a fase minguante em outro aspecto da nossa existência.  

A única certeza que podemos ter é a mudança de uma fase para outra sem parar. Por isso que a vida é mágica ela vai nos colocando a prova, provocando aprendizados e costurando lições. Seja qual for a fase da lua que você esteja experienciando tente tirar maior proveito dela a fim de poder evoluir.