Despertar



De cicatriz em cicatriz alma floresce. De erro em erro, amadurecimento. De crise em crise, aprendizado. De tentativa em tentativa, recomeços.

A vida recomeça todos os dias. Temos a chance de fazer diferente. .De mudar o pensamento. De consertar os erros, De remendar cicatrizes. De tirar proveito das crises. De tentar ser alguém melhor. Temos a oportunidade fazer diferente em quem sabe fazer a diferença. Somos convidados todos os dias a repensar as nossas ações a fim de que possamos estar sempre evoluindo. Cada novo dia um convite para aprendermos coisas novas, mas também de consertar o que passou.

Não se trata de viver de passado, mas saber tirar lições do que passou. Mas  parece que nos esquecemos disso e vivemos apenas o presente, Somos consumidos pelo imediato. Somos bombardeados por informações a   todo momento. Com isso, nos sentimos convidados a estar sempre atentos . Mas deveríamos mesmo estarmos atentos ao que se passa dentro da gente Estar conectados com os nossos sentimentos, pensamentos  e ações. Quando olhamos para dentro, despertamos.

Com isso, não quer dizer que nos tornemos alheios ou alienados ao mundo que nos cerca. Mas, procurar um equilíbrio entre o que se passa aqui dentro e lá fora.  Poder tecer novas perspectivas ao que nos rodeia e tentar mensurar o impacto que isso gera dentro da gente Já que muitas vezes apenas passamos informações adiante, sem sentir ou pensar a respeito. Precisamos estar atentos ao que passa dentro da gente, quais sentimentos estamos despertado, quais pensamentos estão nos cercando. O mundo lá fora tem que estar conectado com o mundo lá dentro,  

Para que a cada nova cicatriz, possa florescer algo de bom.Para que os erros geram amadurecimento. Para que nas crises gere aprendizado. E as tentativas sejam recomeços.

Adoção do Charles Chaplin e Amélie Poulain





Sempre quando pensei em ter um bichinho de estimação, pensei em adoção. Acredito que seja um ato de amor e também de doação. Sou contra a venda de animais pois acredito que amor não pode ser comprado.

 Tive a sorte de uma paciente minha estar doando gatinhos. Foi assim que me apaixonei pela foto de um gatinho peludo branco e preto de olhos esverdeados com nuances de azul. Só que adotei pensando se tratar de uma gatinha, mas mesmo assim ela foi batizada de Charles Chaplin. Em sua homenagem toquei sem parar a música do Caetano Veloso interpretada pela Cássia Eller, Gatas Extraordinárias. A pobre então gatinha veio lotada de pulgas, mas mesmo assim era afofada e muito amada.

 Por algumas semanas foi uma gata. Depois de muita especulação, várias opiniões foi constatado que não se tratava de uma gatinha, sim de um gatinho. Nesta altura já havia uma caixa para carregar rosa e vários brinquedos rosa choque.  O amor foi igual independente do sexo, mas lembrando foi engraçado até descobrir que de fato era um machinho.

 Alguns dias depois, veio a segunda adoção, Amélie Poulain. Desta vez, havia quase certeza de se tratar de uma gatinha. Esta sofreu maus tratos, ela e seus irmãos foram encontrados em uma sacola de lixo. Resgatados foram parar com uma cuidadora de animais que cuidou e colocou para adoção. Me apaixonei  pela pelagem cinzenta e os olhinhos saltados. Essa segunda adoção só fez acreditar ainda mais que adotar é um sinal de amor.

Os nomes dos bichanos são uma homenagem ao Charles Chaplin e ela em homenagem ao filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain.

A Direção da Vida



  A gente vai andando pela vida sem muitas vezes saber se está andando em círculos ou na contramão. Pegando alguns atalhos, pulando partes importantes. Andando por vias escuras sem perceber que a luz deveria vir de dentro. Curvas sinuosas são passadas em alta velocidade. Sem falar de avançar os sinais vermelho ou ultrapassar os sinais de amarelo.

  A vida pode ser comparada com uma enorme avenida. Nesta haverá alguns pedágios. Buracos em alguns trechos.Placas que sinalizam coisas importantes, muitas vezes são passadas despercebidas ou simplesmente são lidas e totalmente ignoradas. Anda em alta velocidade pode perder a beleza da paisagem. Andar costurando entre os carros, entre as pessoas podem ser altamente arriscado e ao mesmo tempo pode gerar adrenalina, o que se ganha são momento efêmeros. Por vezes haverá desvios, ruas sem saída sem falar as ruas escondidas. 

  Somos ou deveríamos ser os condutores das nossas existência. Mas, algumas vezes delegamos esta tarefa para outra pessoa, deixamos no piloto automático ou até abandonamos o volante. Há condutores extremamente meticulosos, tem os desligados os que oscilam e tem os que conseguem conduzir mesmo com as adversidades. Não é que exista um tipo certo de condutor e nem mesmo um jeito único de viver está jornada. Mas há algo em comum em todas as possibilidades de condução. Haverá barreiras, obstáculos, ruas sem saída, desvios, atalhos, truas sem saída, congestionamentos e por vezes até acidentes. E porque vale a pena continuar conduzindo a vida? Simplesmente vale porque cada jornada exige um desafio diferente. Por mais que alguns pareça impossíveis  há condutores dispostos a ajudarem.  Formar uma rede pode ser essencial.

  Por mais ruas sem saída. Por mais atalhos que não chegam a lugar algum. Por mais desvios. Viver não vem com uma carteira de motorista, cada um aprende ou vai aprendendo ao longo do tempo como ir conduzindo o seu próprio carro, a vida.

Desacelerar



Como diria o poeta Cazuza: “ me atropelei demais”. Vivemos com pressa; Sem tempo para quase nada. As redes sociais nos invadem e nos tomam por completo. Quase somos engolidos por tanta informação ou seria desinformação?

Desacelerar deveria ser uma prioridade e não uma utopia. Menos compromissos e mais tempo. Menos obrigações e mais prazeres. Com isso, não quero dizer que devemos deixar de lado o que devemos fazer, mas que não  se perca o bom humor, a leveza e o cuidado em não pegar pesado demais.

O bom seria que se a gente desacelerasse por conta própria e não por doença. No meu caso a vida me convidou a me atropelar um pouco menos. Infelizmente foi preciso entrar em crise. Ficar doente de alma e de corpo para poder se dar conta que nada vale a paz. Com isso, desacelerei.

Tirar mais tempo para si mesmo. Investir naquilo que nos traz grandeza  e coragem, a espiritualidade.  Abraçar de verdade a rede de apoio, a família.

Desacelerar não tem nada haver com fracasso ou com falta de vontade. É sim uma nova oportunidade de morder a vida com mais sabor e menos voracidade.