Tempo ao tempo




Dar tempo ao tempo. Sair das redes sociais. Parar de atualizar status. Redescobrir pequenos prazeres como ler um livro ou espairecer na grama sendo inundado por raios de sol.

Peguei pesado demais comigo mesma. Cobranças internas. Listas infinitas. Um bloco repleto de culpas quase de estimação. Ansiedade que bate no teto. Muitos compromissos em pouco tempo. E de tanto ir para lá e para cá a cabeça cansou. A mente enlouqueceu. Um tempo se fez necessário.

Parou para construir um tempo ao seu e de mais ninguém. Para a alma voltar ao seu tamanho original. Para aquietar a mente. Para o corpo desintoxicar. Foi necessário uma parada brusca no meio da tempestade e confusão. O estrago poderia ser gigante caso não parasse a tempo.

Cuidar da saúde mental foi uma prioridade. Aceitar o tratamento. Simplesmente parar a fim de poder curtir o momento. A água morna do chuveiro caindo de forma preguiçosa sobre o corpo. O gosto do café misturado com leite, o sabor invadindo o paladar. O prazer de poder ler sem hora para terminar. Conhecer pessoas simplesmente para poder se relacionar por afinidade. Pequenos luxos que uma pausa proporciona. Todas as coisas precisam ser sentidas e não só vividas. É preciso ir com mais alma e menos pressa.

A vida lá fora chamou. Os compromissos iriam voltar. A rotina também, Só que depois da pausa. O recomeço. Precisava aprender a dar tempo ao tempo. Ter tempo para si mesma. Tempo para as coisas. Reinventar uma forma mais leve e saudável de morder a existência. Sem tanta ansiedade, culpa ou necessidade de aprovação. Saber que não é mais a mesma já que a crise fora necessária para mudar.

Com isso aprendo todos os dias que a vida não é uma linha reta. Há muitos altos e baixos.  Mas há também uma fórmula quase mágica que é dar tempo ao tempo. É preciso esperar florescer. E o que não vingar, paciência, recomeçar sempre.

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