Regime Emocional
De
uns tempos para cá venho percebendo que estamos vivendo em um regime
alimentar. Vivemos alimentando
ressentimentos, mágoas, frustrações e esperamos emagrecer a nossa alma. Ora, como nos podemos nos tornar “ leves de alma” se estamos alimentando
sentimentos pesados?
Alimentamo-nos
de energias ruins, de sentimentos vazios e esperamos por um milagre. Tudo o que fornecemos para alimentar a nossa
alma seja bons ou maus sentimentos, será o adubo que irá fazer crescer ou
estagnar os nossos hábitos, nossas escolhas, nosso cotidiano e por aí vai. Nós
somos os responsáveis por alimentar a nossa alma muitas vezes, culpamos o
ambiente, as pessoas ao nosso redor e as situações as quais somos acometidos
como os culpados de não estarmos evoluindo ou de não chegarmos aos nossos objetivos. Por mais que
as condições sejam desfavoráveis, tempestades, contratempos, desventuras, temos dentro da gente todo o potencial, ingredientes
para que possamos reverter qualquer situação. Por que isso não acontece? Se estamos semeando a nossa existência
com mágoas, frustrações, idealizações ,
tristezas, ansiedades, vai ser muito
complicado adubar algo saudável. Nós somos o que pensamos, nós somos o que
alimentamos, nós somos os protagonistas da nossa jornada. Está na hora de começar a adquirir
consciência dos porquês de ainda
estarmos apegados as pedras dos caminho,
afogados em nossas próprias mágoas e estarmos andando em círculos.
Ventos
contrários fazem parte, irão desviar o nosso barco da rota, e mesmo sem remos,
mesmo passando por dilúvios, que a gente tenha a capacidade de remar com as
mãos, de ir nadando até a margem, ao invés de ficarmos a deriva esperando um milagre.
Nós somos como uma planta, ela precisa de
sol, água, vitaminas, nutrientes, cuidados, mas também precisa da chuva, precisa
perder as folhas e flores a fim de se regenerar. Assim como ela precisamos
tanto das partes boas quanto das ruins, precisamos aprender que a tristeza traz
o dom da reflexão, que estar perdido pode ser uma forma de encontro, que dá
crise nascem novos sonhos e a cada desencontro a vida se refaz.
O
que acontece é que nos deixamos tomar conta pelas discussões, pelas queixas,
pelos palavras malditas, pelos impulsos. O que acontece é que nos deixamos
inundar de solidão, de nostalgia, de frustração e ressentimentos. O que
acontece é que diariamente alimentando tudo isso, fornecemos o adubo para que
isso vá crescendo, tomando forma e se enraizando dentro da gente. Nem percebemos
o quanto estamos inundados por sentimentos vazios, repletos de energias
negativas que irão apenas nos retroceder a fim que as partes boas pareçam
opacas e distantes. Mesmo que elas estejam ali do nosso lado, estamos apenas
dando vazão a negatividade, incapazes de alimentar as boas energias. De repente já virou uma catástrofe de
proporções titânicas, estamos cercados por muros que nós mesmos construímos.
Vamos
desocupar e reciclar: mágoas, ressentimentos, discussões e expectativas. A cada reciclagem de um sentimento ruim, teremos
terreno fértil para que bom sentimento possa ser plantado. Pratique a gratidão,
o perdão, tente pelos menos imaginar situações positivas em relação a tudo que
lhe faz mal de alguma forma. Não é uma tarefa fácil perdoar, muitas vezes
dizemos que perdoamos, mas não esquecemos. Talvez esquecer seja a parte mais
complexa, mas seja grato por toda e qualquer situação que lhe acontecer, seja
ela boa e nem tão boa assim. Afinal um desvio de rota, um desencontro pode lhe
abrir os olhos para novas perspectivas. Se estiver complicado esquecer, desvie
o pensamento e tente focar nas coisas que realmente são importas, tente filtras
as energias ruins e transformá-las em algo produtivo. Um exemplo, uma pessoa
que lhe cortou no trânsito, ao invés de revidar, agradeça pelo acidente não
provocado por você ter freado o carro a tempo.
Será
que você está de fato alimentando a sua alma com coisas boas? Ou será que você
tem o desejo de alimentar bons sentimentos e ainda continua inundado de sentimentos ruins? Quem sabe está
na hora de parar e fazer uma dieta emocional, vamos cortar as mágoas calóricas,
os ressentimentos gordurosos, as brigas
pesadas, a toxicidade das palavras
malditas, a artificialidade das nossas
expectativas os preceitos restritivos.
Está mais do que na hora de nos alimentarmos de forma saudável, para isso vamos
incluir no nosso cardápio: alma
serena, consciência leve, hábitos de gentileza, coração tranquilo,
mente mais consciente e uma alma mais propensa a transcender.
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