Tempo ao Tempo


  

Somos as nossas cicatrizes invisíveis. Somos as lágrimas que não derramamos. Somos os suspiros que silenciamos. Somos as palavras que não dizemos.  Somos os sorrisos invertidos que transformamos para cima.

  Somos as crises que vivenciamos de forma velada. Somos os medos absurdos que nos assombram e fingimos coragem. Somos as perdas que dilaceram e fingimos não importar. Somos os sentimentos que velamos. Somos os segredos que guardamos a sete chaves. Somos os danos que contabilizamos e tentamos transformar em aprendizado.

  Viver não vem com manual de instrução. A quem diga quem diga que crescer é se perder da sua mãe para sempre no supermercado.  Toda decisão que tomamos envolve uma escolha e uma renúncia. Se escolhermos tomar sorvete, estamos renunciando comer bolo. Se eu escolho trabalhar menos, estou renunciando ganhar mais, mas estou ganhando mais tempo para mim. Infelizmente  somos “ensinados” a fugir desesperadamente de tudo que nos faça “perder” e correr como loucos atrás de “ganhos”.

  Entretanto abrir mão temporariamente de algo pode nos dar espaço para ganhos muito maiores no futuro. Desde que saibamos lidar com a ausência  temporária de algumas coisas. Dar tempo não significa perder as coisas. Às vezes se distanciar de alguns problemas, faz que a gente enxergue de outro ângulo. Ganhar novas perspectivas. E até mesmo encontrar novas soluções.

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