730 Dias
De repente, dois anos passaram entre os meus
dedos sem que pudesse perceber. A gente só começa a perceber a passagem cruel
do tempo pelas marcas invisíveis que ele vai fazendo na gente. Costumo dizer
que o tempo é particular para cada pessoa, o que conta mais são os nossos ponteiros
internos que vão costurando e também tecendo o tempo.
Perder o tempo pode ser uma estratégia, afinal
quando nos perdemos podemos nos encontrar. De repente se perder por um tempo
dentro de si mesmo seja uma viagem extraordinária, apenas cuidada para os
ponteiros ficarem denso ou andando em círculos. Podemos perder de vista as
paisagens que vão passando ao nosso redor, quando nos damos conta perdemos o
ponto, saíram do compasso e acabamos por embarcar no trem errado. Podemos nos tornar os senhores do nosso próprio
tempo por mais pareça uma tarefa para lá de complicada, sem falar da complexa tarefa
de administrar ou estabelecer prioridades. Mas temos toda habilidade, destreza e talento
para isso, essencial saber dosar com sabedoria sem perder a ternura.
Cuidar para que não se perca o tempo e nem o
compassado com a pessoa errada, mas se assim o fizermos, não endureçamos nas próximas
experiências. Que possamos dar tempo ao tempo sem que isso dure uma estação
inteira. Cultivar tempo para si próprio, para os outros e também para o
universo ao nosso redor. De nada adianta termos tempo para tudo e para todos, esquecemo-nos
das nossas pequenas divindades cotidianas que nos mantém vivos, a natureza. Que
possamos sentir o tempo percorrendo a nossa pele, fazendo rugas de tanto
sorrir. Que o tempo passe em uma
velocidade que se possam sentir os temperos de cada aprendizado, contemplando suas
cores bonitas.
O que não pode ser deixado para amanhã? O que
pode esperar um pouco? O que realmente importa é saber o que fazer a respeito
do tempo, antes que ele passe perante aos nossos olhos sem que tenhamos
oportunidade de fazer de fato alguma coisa. Legal isso de planejar, estruturar,
organizar, mas tão importante quanto isso é por em prática. Teorias, técnicas
são muito válidas, mas passar de fato para o real, fazer acontecer e arriscar é
algo essencial. Este fazer deve imprimir a alma, estar de verdade, fazendo com
vontade é que destinará o sucesso de uma ação ou não. Com isso, me dou conta que estava de aniversário ontem, há
exatamente 730 que formei pelo que sou apaixonada.
Resolvi fazer um balanço na minha oficina da
alma a fim de perceber se estou indo na direção correta. Resolvi fazer um check list: continuo apaixonada
pelas pessoas, acredito no vinculo mais que na técnica, fazer sentido na vida
das pessoas é dar sentido a minha própria existência e com certeza sou a minha
principal ferramenta de trabalho. Ainda continuo a acreditar na saúde como algo
integral, somos corpo, mente espirito compostos de todas as potencialidades
para sermos felizes. Se não estamos, algo está tremendamente fora de lugar, afinal
somos plenamente capazes de sermos e fazermos o quiser, o que falta é mexer nas
nossas zonas de conforto a fim de efetivamente mudarmos. Depois de formada. estou
investindo principalmente na minha autoestima, autos consciência a fim de que me conhecendo melhor possa conhecer melhor o
outro , formando pontes ao invés de muros.
Nisso realizei meu maior sonho, ser
de fato quem realmente sou, psicóloga de formação, escritora de alma. O melhor é que
a as minhas profissões conversam entrei si.
Nesta complexa tarefa que atravessa o tempo é
preciso exercer a gratidão por todos os sucessos por menores que eles possam
parecer. A direção é mais importante que a velocidade. Estar na direção certa,
mas sem dar ouvidos demais nem aos monstros embaixo da cama e nem aos fantasmas
do passado.
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