Somos muito além da nossa aparência



Somos além dos quilos na balança. Somos além das rugas aparentes no espelho. Somos muito mais do que os cabelos brancos. Somos mais do que as linhas de expressão. Somos muito além dos defeitos que nós mesmos impomos. Somos muito além dos defeitos físicos que colecionamos.

Quando passamos a perceber que somos  muito além do que aparentamos podemos de fato evoluir. Quando passamos a nos importar com o que vem de dentro a gente vai despertar. A inteligência, o carisma, a bondade e a empatia devem ser ferramentas básicas para qualquer tipo de interação social. Muito mais do que maquiagem, roupas da moda devemos nos preocupar com o que temos dentro e de que forma isso vai refletir do lado de fora. Ser lembrado pelas qualidades que temos muito mais do que a nossa aparência. Não que esta não seja importante, mas ela não pode ser essencial.

Ir além da aparência implica em aceitar que os outros nos percebam não só pelo que estamos vestindo, mas o que estamos de fato transmitindo. Ser reconhecidos pela bondade, bom humor, carisma, inteligência entre tantas outras qualidades devia ser essencial.

Quando pararmos de nos deter apenas nas partes “feias” de nós mesmos. Parar de colecionar defeitos. Parar de esconder o corpo em roupas largas ou pretas. Parar de tentar disfarçar a todo custo aquilo que nos incomoda. Pois somos os reis de nos colocar para baixo. De nos preocuparmos com o nosso cabelo, qual é o nosso melhor ângulo, se a roupa engorda, se conseguimos disfarçar aquelas imperfeições que muitas vezes só a gente é capaz de notar , mas nos atrapalham tanto. Quando pararmos de nos deter na nossa aparência e passarmos a nos deter no que tem dentro da gente, seremos capazes de despertar.

Não quero dizer com isso que abaixo a moda, a vaidade e cuidado consigo mesmo . Mas cuidado com os excessos. Com a colocação de energia apenas na aparência. Não pode ser não só isso e não deve ser só isso. Somos lembrados pelo o que somos e fazemos, muito mais do que aparentamos.

Felicidade



Felicidade parece uma utopia. Algo impossível de ser conquistado. Uma coisa complicada de ser almejada. Durante a vida inteira procuramos por ela do lado de fora.

Ficamos tanto tempo procurando a tal da felicidade nos bens materiais.Ou procuramos por ela nas relações pessoais. Acabamos por projetar a felicidade nos outros. Colocamos a responsabilidade de sermos felizes  para o que nos cerca e para quem nos cerca. Depositamos a responsabilidade de sermos felizes nos outros e nas coisas que estão ao redor. Perseguimos a tal da felicidade sem perceber que ela deveria brotar de outro lugar.

A felicidade deve vir no interior da gente. É do lado de dentro que a felicidade se encontra. Tudo começa com a relação que desenvolvemos com a gente mesmo. De que forma estamos nos percebendo. Passa pela autoestima, pelo autocuidado e pelo nosso autoconhecimento.

Para se chegar até essa tal de felicidade é preciso olhar para dentro para poder despertar. Só é possível estar feliz quem está em paz consigo mesmo. Desta forma só é possível fazer o outro feliz se conseguirmos encontrar a felicidade dentro da gente.

Não existe fórmula mágica. O processo de encontrar a felicidade em si mesmo pode levar uma existência inteira. Já que é preciso sempre estar atento ao que se passa dentro da gente e o quanto isso impacta do lado de fora. É possível encontrar felicidade nas coisas materiais assim como nas pessoas, mas sem esperar ou depender disso para ser feliz.

Legados


Acredito que toda pessoa deixa um legado. Cada um de nós deixa alguma coisa quando parte. Minha vó me deixou seu apartamento e uma mala abarrotada de memórias.

Vir morar no apartamento da minha vó me traz uma infinidade de lembranças. Os almoços de domingo. Bife com batata frita. O café sempre quentinho. A caixa de bombons sempre convidativa. As conversas sobre política. Cada detalhe lembra alguma coisa da minha vó.

Como se o apartamento pudesse falar e me lembrar dessa mulher incrível, guerreira e forte que foi a minha vó. Mulher a frente do seu tempo. Lutava pelos seus direitos. Tinha uma espiritualidade invejável carregada com a sua fé. Sabia falar sobre qualquer assunto. Tinha visão política. Tantas características que admiro e me espelho. Poder morar onde ela morou me coloca mais próximo dos seus legados.

Se cada um de nós deixa um legado, que a gente possa deixar coisas boas para quem virá depois. Com isso, não estou me referindo ao que está ligado ao material. Por mais que a minha avó tenha deixado seu apartamento, não é isso que importa. São as lembranças do seu jeito, sua personalidade e seus ensinamentos.

Que a gente possa deixar sabedoria, aprendizados e memórias.