Resenha: Funny Girl- Nick Hornby
Vou falar de um dos meus autores prediletos Nick Hornby. Um
dos meus livros prediletos Alta Fidelidade, também imortalizado no cinema pelo
um dos meus atores mais queridos, John Cusak. Outra hora eu vou falar dos
outros livros dele Como Ser Legal, Slam, Uma Longa Queda entre outros. Com um
jeito franco, honesto sem deixar ser surpreende Hornby escreve sobre as
delicadezas da alma, o cotidiano sem perder o bom humor, a ternura e a
profundidade.

Mas há cenas hilariantes quando o programa de televisão “Pipe
Smoke” que mesmo um programa nos anos 60 onde todos os convidados fumavam charutos
apresentado o programa, depois que a fumaça tornava impossível acompanhar as
imagens os charutos foram retirados, mas o nome permaneceu. Dennis é o produtor
de Barbara e Jim, a bem-sucedida série de humor que serve de plano de fundo
durante toda a trama do livro. "Durante o programa “Pipe Smoke”,
trava-se uma guerra entre o Dennis programa, uma discussão acalorada, onde
Dennis pergunta” você não gosta de pessoas comuns”?. A resposta foi “ gosto de pessoas comuns
individualmente, mas em massa elas me incomodam”. E prossegue “onde vamos parar
assim”? A BBC está repleta de corrias de cavalo e programas de variedades e
grupos pop que parecem homens das cavernas e cantam como eles. Como as coisas
vão ficar dentro de dez anos ou 50? Nisso à medida que vamos lendo o livro
vamos adentrando um território muitas vezes despercebido por aqueles assistem
televisão, o que se passa por trás, o que transcorre nos bastidores. O livro
nos traz algumas indagações sobre o futuro das atrações televisas, que as
pessoas vão querer assistir, se questionam se daqui um tempo as pessoas não
irão assistir pessoas fazendo suas necessidades na televisão. O que parece
pressupor um futuro adiante, os do reality show. Onde os telespectadores são
convidados a assistir pessoas comuns em suas atividades cotidianas diversas,
isso dá audiência por incrível que parece.
Hornby é um exímio pesquisador e isso fica claro à medida
que vamos lendo, ele nos traz contexto histórico tanto escrito quando nas
figuras que recheiam o livro e nos levam para a década de 60. Os gostos
culturais, a música, o esporte e nos traz suas impressões de forma clara. Ele
rejeita as hierarquias entre essas coisas, acreditam que todas são importantes
e relacionam e tem algo em comum. Com isso, nos traz um recorte de umas suas
palestras onde afirmar que as pessoas deveriam ser mais honestas consigo mesmas
se não estão gostando de algo como um livro, deveriam abandonar no meio. Ele é
contra essa mania das pessoas e da sociedade de insistir a todo custo, nos lembra
de que se as pessoas sempre irão ver mais TV do que praticar o hábito da
leitura. Não é para desmerecer o hábito
da leitura, simplesmente nos coloca uma verdade, enquanto existirem filmes e
programas bacanas a tela da TV sempre se tornará mais atraente do que as
páginas d em livro. Com isso, ele cria sempre novos livros com historias que
provam que mesmo falando de TV é mais interessante do que estar assistindo
televisão. Funny Girl não é um meu livro
preferido, eu acredito que no final, o autor se perde nas tramas e nas
histórias de cada personagem, falou desfechos mais claros, um pouco mais de
elementos surpresas e até pitadas de romance. Mas vale a leitura para conhecer
melhor os bastidores da televisão.
Curiosidades
Lucille Ball eternizou a comédia I Love Lucy, há muitas
semelhanças no livro quanto na série. Lucille Ball só concordou em ser a
protagonista se o seu marido fictício fosse também o seu marido na vida real,
Desi Arnaz. No livro acontece o mesmo, a
série Barbara e Jim, traz um marido como papel secundário e uma esposa que
brilha. Uma parte inclusive que eles
repensam o destino da comédia e se Barbara estrelasse sozinha em um programa só
seu. São pequenos acasos que trazem mais
sofisticação na escritora de Hornby que consegue inserir elementos reais dentro
da trama de uma forma sutil e ao mesmo tempo sagaz.