Achados e Perdidos

2016 veio até aqui me
visitar com um tsunami. Virou a minha vida do avesso. Me fez superar o
insuperável. Mudei algumas certezas. Desengavetei alguns sonhos. Parei de escutar alguns medos. Rompi laços com alguns monstros de estimação.
Abracei de verdade os meus maiores desejos. Fui me tornando um pouco mais dona
do meu nariz e menos atenta às opiniões ao meu redor. Mudou-se? Com certeza.
Aprendi na marra que ninguém morre de coração partido e que solidão não se cura
com aspirina. Para um novo amor surgir é preciso nos amar primeiro e dar tempo
ao tempo.
Se estou pronta,
2017? Definitivamente não. Nós somos uma
colcha de retalhos. Encontros e desencontros. Pausa e intervalos. Erros e acertos.
Brigas e reconciliações. Crises e momentos de descoberta. Achados e perdidos.
Só estarei pronta a medida que o tempo
passar. Me tornar mais forte com cada crise, obstáculo e confusão. Aprendi que
a beleza da vida é a subida. Cada degrau importa. Porém, não dá para fazer a
cabeça de ninguém como degrau para chegar mais longe.

Quero amar sem
medidas. Quero perdoar sem guardar ressentimentos. Quero me entregar sem pensar
no depois. Poder ser eu mesma tendo a certeza
de que o que posso ter de torta,
tenho de feliz. O tempero da vida será saboreado a cada instante. As vezes
agridoce, as vezes um pouco amargo e até mesmo enjoativo. O que importa é que
no final sempre haverá mais motivos para continuar dançando mesmo se a música
parar.
Quero a sorte de um
amor real. Poder estar ao lado de alguém
com o celular desligado e o coração em sintonia. Quero amizades recheadas de momentos engraçados, passeios pela cidade
e conversas olhos nos olhos. Quero a
sorte de esbarrar em um novo ou requentado amor. Que ele seja feito pão dormido,
ou novo em folha. Mas que seja amor mesmo que mude.
Seja bem-vindo 2017. Seja
gentil comigo. Deste palco da vida sou apenas uma principiante. Ensaio alguns
passos, me perco em alguns espaços e esbarro em alguns abraços. Quero ser
protagonista da minha história. Estrelar o filme da minha existência, onde cada
ator formará um laço para a eternidade e cada momento será uma constelação de
pequenos infinitos.