Crônica: As fugas de Amélie Poulain





Para quem conhece sabe que eu tenho três gatinhos Pandora, Charles Chaplin e Amélie Poulain. Esta última já nos deu vários sustos. Até entender que na realidade ela gosta mesmo é de se esconder.

A primeira vez que ela sumiu foi quando fui visitar a minha avó. A Amélie tinha por volta de seis meses e na época ainda dava para levar ela para passear na caixinha. De repente no meio da visita, ela sumiu. Havia inúmeros lugares pelas quais ela poderia ter se escondido, mas aparentemente nenhum deles era o esconderijo.  Foram horas de busca, até que simplesmente havíamos nos convencido que ela havia fugido.  Foi quando ao tardar da noite, minha avô junto com a sua cuidadora começaram a escutar miados que vinham de dentro da poltrona. O mistério é que a poltrona tem um fundo falso onde um gato filhote pode se aconchegar tranquilamente.

A segunda vez que a Amélie sumiu foi em uma visita na casa dos meus sogros.  Nesta época tanto o Chaplin quanto a Amélie eram filhotes e a gente os levava para passear. Tudo isso dentro da casinha e deixando um espaço para eles circularem de forma tranquila porém segura.  O ambiente que estávamos era uma casa de dois pisos e de repente a gente se deu conta que a Amélie estava fora da nossa vista, foi uma hora de pleno pavor. Rondas na vizinhança, vasculhar toda casa, procurar por todos esconderijos possíveis e nada.  Foi quando a minha sogra notou o closet dessatumada e lá estava ela dentro de uma gaveta como se nada tivesse acontecido.

A terceira vez foi no prédio antigo onde eu e meu namorado morávamos. O apartamento era pequeno e se a gente se descuidasse os gatos tinham chance de sair sem que a gente possa perceber. Foi numa dessas  que a Amélie passou uma tarde inteira na cobertura do prédio. Demos muita sorte dela não ter ficado circulando o que com certeza teria acarretado na sua fuga.

A quarta vez que a Amélie sumiu foi agora recentemente.  Passei o dia fora de casa e quando retornei não a encontrava em lugar algum.  Nem eu e nem o meu namorado nos lembrávamos de quando havia sido a última vez que havíamos a visto. Foram voltas na quadra, a averiguação no prédio,  revirar todo apartamento e nenhum sinal dela.  Já tarde da noite nos demos por vencidos e resolvemos que na parte da manhã iriamos reiniciar as buscas. De  repente fui dormir e comecei a escutar sons de garrinhas vindo do armário. Todo este tempo ela estava escondida dentro do armário.

Entre tantos sustos e fugas, um amor incondicional  pela nossa gatinha cinza de olhos esverdeados. Cada gato tem sua história, sua personalidade e seu jeito único de ser. Eles podem até nos dar sustos, mas vale  a pena.

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